terça-feira, 21 de outubro de 2008

Aptos à Transcendência

antes desse blog que é composto por três anas -- embora não pareça -- eu tive um só meu! mas não deu em muita coisa, teve pouco tempo de vida!!!! ontem estava lendo um texto que nele publiquei no dia 19 de outubro de 2006, dois anos passaram!!! e decidi publicá-lo mais uma vez, pois é... vamos lá:


APTOS À TRANSCENDÊNCIA

Estou a vinte e três horas sem dormir. Não. Não estou participando de algum concurso, desses que levam as pessoas à exaustão, até que ao fim “sobreviva” apenas um. Tenho sofrido de uma insônia que creio já ser uma “amiga” (e das mais fiéis). Assim, durante estas últimas horas alternei em deitar-me na cama e sentar-me à frente do computador, a espera do sono chegar.

A quinze anos passados seria inimaginável a quantidade de lugares que percorri no Google Earth, e o sem fim de informações que passaram pelos meus olhos em tão pouco tempo. Isso sem mencionar as pessoas com quem conversei e joguei xadrez (essas eu jamais vi). Agora exausta, percebo que pouco me lembro do que li e dos “lugares em que eu fui”. E as pessoas com quem conversei? Delas eu nem sei os seus nomes.

É consenso que vivemos no século da informação, que a tecnologia já se estabeleceu e que nós é que precisamos nos adequar a ela. Aliás, esse é um fato curioso, o novo chegou para nos facilitar a vida, mas, nós é que temos de nos ajustar ao que ele traz — realmente sou do século passado!

Não faço parte dos que desejam um retorno (em absoluto impossível) aos velhos tempos, eles já passaram e não voltarão jamais. Entretanto, tal impossibilidade não diz respeito a uma volta ao interior de nós mesmos, numa expedição cujo o alvo é a descoberta de quem nós somos.

No meio de todo o “barulho” que a modernidade produz não temos percebido que há algo mais do que esta infindável necessidade de sempre estarmos em dia com “lá se sabe o quê”. Somos feitos para a transcendência. Isso é facilmente notado quando nos apercebemos insatisfeitos diante daquilo que acabamos de obter e que noutro momento era a nossa “chave da felicidade”.

Se conseguíssemos ter em nossas mentes a imagem de uma nova realidade onde o nosso eu encontra o seu lugar de origem, cabalmente romperíamos com a armadura que pensamos imprescindível à nossa permanência na Terra.

Todos nós somos aptos a transcender, o que nos tem faltado é a compreensão de que estamos insatisfeitos com a nossa existência. Esta insatisfação bendita só é real quando nos impele a um estágio que mais cedo, ou, mais tarde, nos trará mais intensa inquietação e desejo de “sair pra fora” e desta forma sucessivas vezes até o dia em que o mais resistente dos seres humanos também transcenderá — romperemos com o nosso corpo físico.

A Paz.

Até.

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