quarta-feira, 4 de fevereiro de 2009

as veias da minha humanidade expostas

decididamente estou melancólica... e sem o mínimo pudor ainda digo que estou profundamente triste. é... queridos três leitores, como dizem "rapadura é doce, mas não é mole não!". no dia de hoje estou a entender com perfeição essa sabedoria popular.

irra... como a nossa caminhada na existência é feita de desencontros. quando queremos isso temos aquilo. e no instante que conseguimos aquilo outro, percebemos o isso antigo nos chamando ao longe. nó! como essas coisas me provocam canseira! como estou cansada de insistir, de ir...

mais uma coisa me desanima, e complementa o meu estado nesse instante -- nada, mas... absolutamente nada, está como eu gostaria que estivesse no meu mínimo cosmos existencial. assim, a minha alma cansadinha, cai lenta e vagarosa a espera de amparo.

o desespero não há em mim, altercações não encontram lugar em mim, uma vez que o desânimo meu, não me permite tais despresíveis luxos do meu lado de dentro. porque de verdade estou can-sa-da.

muito cedo descobri que viver era fácil. e que o conviver que era difícil, posto que não se convive só -- conviver é dar de si, é ceder, é morrer pelo outro. morrer as vezes por quem não merece. finalmente, conviver é uma faceta do amor se conjugando.

mas... nesse meu período de enfado melancólico, até isso tenho revisto -- é verdade mesmo que conviver é difícil, dificílimo! mas, tenho percebido que viver é duro. tão difícil quanto encontrar doçura numa rocha. e por que? apenas porque no ato de viver se convive consigo mesmo. e convenhamos, queridos três, nós não somos as melhores pessoas para se conviver nessa existência.

assim, estou despudoradamente triste, absolutamente sem ânimo e desavergonhadamente confessativa. mas, de todas as coisas, estou dilatadamente humana. estou com as veias da minha humanidade expostas.

e se você que me lê, não estiver me entendo. ou mesmo me reputando como bem desejar a sua mente, ou me rotulando, ou qualquer outra coisa congênere, um conselho com carinho -- cale-se. silencie até mesmo os seus pensamentos, pois se você não me entende, hoje esse texto não foi para você.

aos de alma larga, e conhecedores das tormentas do existir: eu sei que vocês me entendem. e por favor, peçam a quem pode, por mim.

tudo bem... que todo mal estado da alma, pode durar a eternidade, mesmo que a eternidade seja até amanhã!

sinceramente obrigada,

:)

até.

5 comentários:

luciana disse...

Amei o texto!!!!!
Apesar de saber sua dor.
Amo poder ver pessoas em sua humanidade em busca DAQUELE que não é.
Ver as pessoas como são traz paz a alma, descanso em dias áridos de verdade, em dias fartos de maquiagem e textos decorados.
Sua companheira de estrada.

Anônimo disse...

Não só amei o texto, como me identifiquei.
Como disse Luciana,ver as pessoas como elas são traz paz a alma,e acrescento, pq descobrimos que não estamos tão só com pensamos.
Sugetão: se exponha descaradamente sem vergonha!!!!

Uma das três leitoras

Anônimo disse...

Bem ,minha cara...
Hj pude ter a doce oportunidade de ler e me identificar com seu desabafo.
Sinceramente pude me sentir em frente ao espelho ao lê-lo,mas de uma coisa continuo tendo certeza,dde que continuarei desconstruindo o que sou,para tentar construi o que quero ser,eu mesmo,como o Pai Celeste me vê.
Um grande abraço.

luciana disse...

Tá vendo....
Os humanos sabem que a alma humana é feita do mesmo material para TODOS: barro.

Milady disse...

"como a nossa caminhada na existência é feita de desencontros. quando queremos isso temos aquilo. e no instante que conseguimos aquilo outro, percebemos o isso antigo nos chamando ao longe. nó! como essas coisas me provocam canseira! como estou cansada de insistir, de ir..."

Exatamente minha situação no momento.
Vou "capturar" estas palavras...
beijocas ===