Há tantas contradições entre o querer ou os quereres (acho que por isso Caetano fez a música).
O Aurélio começa como "ter vontade de, desejar". Isto não é novidade, junto com o querer vem a vontade. Mas ele continua com querer é "desejar possuir".
Parece que aí subimos um nível. Desejar possuir algo vai além de ter uma simples vontade. Arde o coração, move os músculos, a mente, os sentidos. Desejar ter algo leva-nos, impelí-nos em direção.
A próxima definição é "consentir, permitir". Sempre que se deseja, se abre concessões antes do querer "inimagináveis". Permitir-se o além do combinado consigo mesmo, abre-se o espaço.
A próxima é aterrorizante: querer é "necessitar de". Antes mera vontade, agora "necessidade".
O Aurélio continua, Caetano e todos os que experimentam o querer também... sabem que ele é "agir consciente ou inconscientemente de maneira a, fazer por onde". Não são simples as armadilhas do querer. As artimanhas de si próprio que nos convencem do que nos é desejado...
Quando li "estar na iminência ou próximo de", confesso: arrepiei!!!! Querer leva-nos a caminhar na direção, faz-nos estar próximos. Querer: traz para perto de nós.
Querer também é "determinar, vontade decidida", muitas vezes, contrariada pelos outros quereres já antes descritos.
Pra terminar, nosso antigo amigo Aurélio, define querer como "ter afeição, gostar, AMAR-SE MUTUAMENTE".
Lindo termo. Lindas possibilidades. Difíceis escolhas. Terríveis decisões.
Simples para alguns. Sem lei tudo é válido. Sem parâmetros tudo é horizonte.
Diferente em mim.
Querer é conflitar-me. Expor meus limites.
Desafiar minha capacidade de ser mais que um na multidão.
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